RESISTINDO OS APELOS DO MUNDANISMO

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm c 12, v 2).

De nada adianta o título de cristão se a pessoa não demonstra uma vida santa diante de Deus e dos homens. Todo crente precisa separar-se do mundo para viver uma vida totalmente controlada pelo Espírito. Deus é santo, e exige de nós santidade. Ser santo é estar separado das concupiscências desta vida. Satanás, o “príncipe deste século” (Jo c 12, v 31; 1 Jo c 5, v 19), tem disseminado seus maléficos valores através das falsas filosofias, heresias, e da nova moralidade, a fim de embaraçar o crente com as coisas deste mundo, dificultando ou impedindo sua intima comunhão com Deus.

I – O MUNDANISMO NA SOCIEDADE

1. NAS LEIS. Um dos propósitos da lei é regular o relacionamento entre os homens, possibilitando a ordem e o desenvolvimento da sociedade civil. As leis não são maiores que os homens, mas foram construídas para que seus direitos e deveres sejam respeitados. Atualmente, em nosso país, muitos projetos de lei têm sido apresentados com o objetivo de justificar certos comportamentos contrários à Palavra de Deus, tais como o aborto e a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas.
2. NA EDUCAÇÃO. A educação secular tem como fundamento o naturalismo, o humanismo, o pluralismo, entre outros “ismos” contrários a Bíblia. Da Educação infantil ao ensino superior, os valores cristãos são contestados, algumas vezes, ridicularizados, e não poucas, ignorados. As teorias empregadas por algumas instituições são fundamentadas no ateísmo, antropocentrismo e no relativismo moral. Os livros didáticos costumam priorizar o evolucionismo e a autonomia espiritual e moral do homem. Muitas dessas instituições são conhecidas pela excelência e qualidade, entretanto, suas filosofias são contrárias a Palavra de Deus. A prioridade delas não é a formação do caráter segundo os princípios divinos, mas capacitar o educando para o caráter competitivo numa sociedade que prioriza o ter em vez do ser.
3. NA FAMÍLIA. A estrutura familiar n mundo está em processo de mudança. Nada se parece com o que Deus instituiu no principio. O que vemos hoje é a banalização do divorcio, a infidelidade conjugal e a possibilidade legal de casais adotarem crianças. Isso é um atentado com os alicerces familiares fixados por Deus.
4. NO ENTRETENIMENTO. O lazer e o entretenimento saudáveis, medida certa, não são prejudiciais à vida espiritual. Porém, as práticas mundanas de diversão, por meio das quais as pessoas praticam toda forma de pecado, constituem um sério problema para a vida social e cristã. Atualmente, o mundanismo corrompeu até mesmo o lúdico e o entretenimento uma ocasião para a bebedeira, a violência, as drogas e a prostituição.

II – “NÃO AMEIS O MUNDO” (I JO c 2, v 15-17)

1. O QUE SIGNIFICA “AMAR O MUNDO”? Amar o mundo é estar em estreita comunhão com ele, dedicando-se aos seus valores, costumes e culturas. Em outras palavras, é ter satisfação nas coisas que desagradam a Deus e ofendem os princípios das Sagradas Escrituras. Esse pernicioso sentimento impede a comunhão do crente com o Senhor (I Jô c 2, v 15). É impossível amaro mundo e a Deus ao mesmo tempo (Mt c 6, v 24; Lc c 16, v 13; Tg c 4, v 4).
2. ASPECTOS DO MUNDO PECAMINOSO. Em I João c 2, v 16, a Bíblia descreve três vias que conduzem o crente ao mundanismo:
a) “A concupiscência da carne”: Diz respeito aos desejos impuros, a busca de prazeres pecaminosos, e a satisfação dos sentidos (I Co c 6, v 18; Fp c 3, v 19; Tg c 1, v 14).
b) “A concupiscência dos olhos”: Refere-se ao desejo incontrolável pelas coisas mundanas que satisfazem à cobiça do homem (Êx c 20, v 17; Rm c 7, v 7). Aqui estão incluídas a pornografia, a violência, a impiedade e a imoralidade promovidas pelo teatro, televisão, cinema e em certos periódicos (Gn c 3, v 6; Js c 7, v 21; 2 Sm c 11, v 2; Mt c 5, v 28).
c) “A soberba da vida”: Diz respeito ao orgulho do homem pecador que não reconhece o senhorio de Deus. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando-se independente de tudo e de todos (Tg c 4, v 16).

III – “NÃO VOS CONFORMEIS COM ESTE MUNDO” (RM c12, v 2)

1. O QUE É CONFORMAR? O verbo “conformar”, no original, significa “ser modelado de acordo com um padrão” e refere-se à constante imitação de uma atitude ou conduta até que a pessoa se torne igual ao modelo. Neste versículo, a Bíblia ensina que o crente deve resistir, combater e não imitar os padrões de comprimento, a cultura e os valores mundanos, pois a igreja não é apenas separada do mundo, mas consagrada a Deus. Seu comportamento reflete a vontade e a natureza de Deus para a humanidade.
2. “MAS TRANSFORMAI-VOS...”. Na Bíblia, a mente renovada é fruto da atuação do Espírito Santo (2 Co c 3, v 18; Tt c 3, v 5). O crente de “mente renovada” pelo Espírito é capaz de discernir a perfeita e agradável vontade de Deus para a vida diária. Ele não se confunde e não se molda aos padrões e valores mundanos, pelo contrário, sabe o que agrada ou não a Deus. Neste texto, a razão iluminada pelo Espírito sobrepõe-se às emoções e inclinações naturais. O processo de renovação do entendimento do crente deve ser continuo e pessoal.


O crente que busca uma vida santa não pode se conformar com as coisas deste mundo. Observemos que as concupiscências estão associadas à falta de conhecimento legitimo do que é útil, real e necessário para se ter uma vida que agrada a Deus. Só cai em concupiscência quem perdeu a visão do Reino de Deus, e fixou seu olhar nas ilusões passageiras desse mundo.


Em Cristo, Marcelo Vieira, servo de Deus, Pai das luzes.

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